Saltar para o conteúdo principal da página
Património Cultural

Reforço da muralha da barbacã e proteção das bocas da cisterna

D. Afonso Henriques mandou construir o Castelo de Alcanede no século XII para fortalecer uma linha defensiva que marcava então a fronteira com o território dos Mouros. Mas a falta de manutenção regular e infiltrações graves puseram em risco a estabilidade dos muros de alvenaria em alguns locais. A segurança dos visitantes era também ameaçada pela falta de proteção das bocas da cisterna. Com esta intervenção consolidámos muros em risco e colocámos grades de ferro nos vãos da cisterna.

Reparámos o lado norte da barbacã, que se encontrava em particular mau estado de conservação. Este muro, construído antes das muralhas do castelo, oferecia a primeira resistência aos atacantes. Quando no século XX foi reconstruído, o espaço entre a muralha principal e a barbacã foi aterrado, tornando-se por isso num muro de suporte de terras. A infiltração das águas pluviais tem vindo a desfazer as argamassas, o que, em conjunto com o peso das terras, tem provocado a abertura de fendas e vários abatimentos que comprometem a sua estabilidade.
Desmontámos a barbacã até ao alicerce e voltámos a reconstrui-la para lhe devolver a verticalidade. Reutilizámos as mesmas pedras e uma argamassa mais resistente. Instalámos por trás um sistema de drenagem, com uma caixa de brita para escoamento rápido das águas infiltradas até um tubo colocado na base do muro. Este tubo, por sua vez, encaminha as águas para outros tubos que atravessam a muralha. Diminui assim a pressão da água sobre o muro.
A abertura da vala para a colocação do dreno foi acompanhada por arqueólogos. Encontraram-se muros antigos, um deles com constituição semelhante à da muralha principal. Já fora da zona intervencionada, apareceu um troço da muralha que apresenta revestimento com argamassa em ambas as faces. Corresponde a uma alvenaria mais antiga, provavelmente um resto da barbacã original.

  • Projeto e fiscalização: DGPC / DEPOF
  • Arquitetura: Ana Quinta
  • Engenharia civil: Carlos Marques da Cruz
  • Arqueologia: Maria Antónia Amaral
  • Entidade executante: AOF – Augusto de Oliveira Ferreira e C.ª, Ld.ª
  • Valor (IVA incluído): €22.051,13
  • Prazo de execução: 70 dias (a obra esteve suspensa 36 dias)
  • Data de conclusão: Dezembro 2013
Referências