Substituição do passadiço de acesso
A Torre de Belém foi construída no reinado de D. Manuel I numa ilha de rocha basáltica, longe da margem, para defender o porto e a cidade de Lisboa. Nessa época o acesso fazia-se em barcas, mas com os aterros da segunda metade do século XIX, a margem ficou mais próxima. Em 1966 construiu-se um passadiço de madeira para permitir o acesso a visitantes e trinta anos depois foi construído um outro, de ferro. Passados tantos anos, estava muito degradado e precisava de ser substituído.
Em 1998 houve grandes obras de conservação e restauro com o apoio do World Monuments Fund. No final destes trabalhos foram apresentadas várias propostas para a construção de um novo passadiço, mas nenhuma delas foi concretizada. Em 2011, a direção do ex-IGESPAR,IP entendeu que era urgente uma intervenção e começámos a fazer o projeto, refletindo sobre o material que deveria ser usado, a sua resistência, o desenho, o custo, a implantação e a relação com a envolvente.
O novo passadiço foi inaugurado em Dezembro de 2013. Foi construído em azobé, uma madeira tropical muito densa e resistente às agressões do mar, do tempo e do uso de mais de um milhão de pessoas que a Torre de Belém recebe por ano. O desenho foi inspirado no projeto dos anos 60 e está orientado para nascente, alinhando com o percurso pedonal do jardim fronteiro. Deixa livre toda a zona do anfiteatro, permitindo a quem se aproxima uma ampla fruição do monumento.
Os pilares da construção assentam numa laje de betão no fundo do espelho d’água. Todos os elementos de madeira estão ligados através de sistemas de encaixe e também por peças de aço inox.