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Património Cultural

Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve

Introdução

Os vestígios do passado são peças essenciais para o conhecimento da vida do Homem ao longo dos tempos. No entanto, tratando-se de monumentos e sítios, se não forem salvaguardados e valorizados degradar-se-ão ao serem postos a descoberto e acessíveis ao público.

Os Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve surgiram com a necessidade de estabelecer condições para a salvaguarda e dinamização turístico/cultural dos Sítios arqueológicos, através da sua investigação, preservação, valorização e divulgação, e criar infraestruturas de acolhimento do público e de interpretação dos sítios selecionados.

Resultam de um Programa específico desenvolvido pelo ex-Instituto Português do Património Arquitetónico, em colaboração com o ex-Instituto de Apoio e Financiamento ao Turismo, e em articulação com as autarquias envolvidas e outras entidades públicas e privadas.

A opção pela aplicação do Programa ao Sul do país deveu-se ao facto de, nos últimos anos, se terem vindo aí a realizar ações de salvaguarda patrimonial e também por, quer o Alentejo quer o Algarve, embora dispondo de recursos adequados, necessitarem de serem dinamizados de modo a valorizar a economia local e diversificar a oferta turística.

A seleção dos Sítios prendeu-se com as suas características monumentais e históricas, bem como com a sua localização em regiões de grande riqueza paisagística e patrimonial. A escolha recaiu, prioritariamente, sobre imóveis classificados e afetos ao ex-IPPAR, ou cujos processos de afetação estavam em curso, e ainda sobre aqueles onde era evidente a dinâmica já desenvolvida e o grande afluxo de visitantes.

Mapa dos Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve

Critérios

Os critérios gerais adotados neste programa, no processo de mediação com o visitante passam por:

• fundamentar a apresentação dos sítios no seu conhecimento técnico-científico rigoroso, transmitindo o essencial sobre o sítio e o seu contexto, relacionando-o com o território, procurando dar uma visão integrada com outras realidades patrimoniais;

• sempre que possível, focalizar a apresentação dos sítios num tema chave que o possa particularizar no contexto do universo patrimonial;

• possibilitar a comunicação de conteúdos sem afetar a autenticidade dos monumentos e o "espírito" dos lugares, através da adoção de uma filosofia de intervenção que valorize a preexistência, procurando uma adequada articulação física e visual com uma eventual obra nova;

• introduzir valores de modernidade, sempre que se verifique a necessidade de novas construções nos sítios, e através de formas apelativas e inovadoras na apresentação de conteúdos de informação, procurando assim responder, por um lado, a novas exigências de funcionalidade na receção de visitantes e, por outro, assumindo a presença dos valores da arquitetura qualificada como um meio de aproximação do público a estes monumentos;

• procurar relacionar recursos patrimoniais de proximidade, designadamente através dos materiais de divulgação próprios, ultrapassando um conceito estático de roteiros temáticos, e remetendo os visitantes para outros patrimónios mais articulados geograficamente;

• procurar integrar o sítio arqueológico, como recurso cultural precioso para o desenvolvimento, com o território em que se encontra, com as suas comunidades e com a sua dinâmica sociocultural, adaptando conceitos de base às realidades e especificidades de cada local.

Ações

Nos onze sítios integrados inicialmente no Programa e que vieram a ser intervencionados de uma forma mais completa, foram efetuadas centenas de ações, enquadradas nos respetivos Programas de salvaguarda e valorização:

• ações de aquisição e expropriação de terrenos, tendo em vista resgatar para o domínio público as necessárias áreas de enquadramento ou mesmo os próprios monumentos;

• ações de investigação e estudo apoiados em trabalhos de escavação arqueológica;

• ações de vedação, limpeza, recuperação, restauro e manutenção dos monumentos;

• desenvolvimento de projetos de arquitetura e paisagismo para os Centros de Acolhimento e Interpretação e respetivas envolventes, seguindo uma matriz funcional similar e uma avaliação de valências para cada local;

• desenvolvimento de projetos de requalificação de percursos, procurando "organizar" a visita e resolver alguns problemas de acessibilidades (como a transposição de estruturas arqueológicas através de passadiços, ou questões de tratamento de solos, escoamento de águas pluviais e revestimentos vegetais;

• desenvolvimento de projetos de conteúdos destinados à interpretação dos sítios, a integrar nos Centros de Interpretação;

• produção de um projeto de sinalética para aplicação comum a todos os sítios integrantes do Programa normalizando o tipo e qualidade da informação a prestar, os elementos gráficos e lettering, dimensões e materiais;

• produção de materiais de divulgação (Guias de visita em diferentes idiomas, com uma explicação sucinta e com elementos gráficos de interpretação, Roteiros de apoio mais desenvolvidos e com maior aprofundamento científico, um guia e um CDRom bilingue comum a todos os sítios) e materiais de promoção com características específicas por cada monumento e sítio arqueológico.