Introdução
Levantamento da Arquitectura Industrial Moderna em Portugal (1925-1965)
O levantamento da arquitectura industrial moderna em Portugal, realizado pelo IPPAR2 (2000-2001) no âmbito de um projecto mais abrangente de conhecimento da arquitectura moderna portuguesa no território continental, teve por base um rastreio inicial que incidiu, naturalmente, sobre as áreas de maior vocação industrial do país – Lisboa e Porto com a sua área geográfica envolvente.
Correspondendo estas duas cidades a dois importantes centros da industrialização do século XIX, os elementos e conjuntos selecionados pertencem, contudo, a uma fase ligada à mecanização e pré-automatização do período da eletricidade; daí, a sua implantação no território se estender, geralmente, para locais de expansão industrial de Novecentos. A procura de espaços amplos para a implementação de programas industriais racionais, valorizados pela exploração do léxico arquitetónico moderno, criou em consonância com as novas indústrias dos universos químico, têxtil, alimentar, gráfico e da lapidação de diamantes, por exemplo, um conjunto de novas unidades fabris de significativo valor arquitetónico, localizadas em eixos industriais planificados ou aproveitando as sinergias das preexistências industriais.
O programa industrial revela-se como uma fonte preciosa para a compreensão dos caminhos da arquitectura moderna entre nós. A sua resposta às questões da funcionalidade, da utilidade e da objetividade constituíram estímulo para o desenvolvimento de arrojadas formas e estruturas. E condição para a experimentação pioneira de novos materiais e tecnologias no quadro de construções eminentemente utilitárias.